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Muitas são as perguntas que cercam o autismo. Não a toa, o seu símbolo é o quebra-cabeças! Tudo o que os pais desejam é entender melhor os seus filhos. E entender melhor significa poder ajudar de maneira mais eficaz e compreensiva.

Mesmo que seu filho não fale, ele se comunica! Brincar de forma diferente é uma forma de comunicação, por exemplo. Mas, como fazer quando um comportamento não se encaixa nos padrões que a gente aprendeu e por isso não sabemos como agir, nem como ajudar e SE devemos interferir? E quando esses comportamentos oferecem riscos, o que fazer?

Muitos comportamentos ficam automaticamente creditados “na conta” do autismo, portanto é importante separar as coisas. Precisamos entender que ser autista não significa viver em sofrimento constante. Tudo o que puder ser tratado vai melhorar a qualidade de vida dos nossos filhos e nos proporcionar uma vida mais tranquila.

Quem sabe as dúvidas abaixo sejam algumas das suas também! E que as respostas ajudem de alguma forma a encontrar os caminhos…

Vamos a elas;

  • Por que meu filho faz a mesma coisa, o mesmo movimento ou diz a mesma frase repetidas vezes? comportamentos repetitivos são parte do autismo. Estereotipias e comportamentos de auto-regulação servem de conforto para o autista. Adultos com TEA relatam que movimentos, falas e comportamentos em geral chamados de auto-regulação acalmam seus nervos. Eles confortam e equilibram o autista em momentos onde o que ele sente pode ser muito intenso. Isso vale para alegria, incomodo, tristeza, ansiedade, etc…  Quanto melhor organizado sensorialmente o autista for, menos ele necessitará dessas vias de escape. Lembrando que eles sentem tudo com maior intensidade causando uma inquietação orgânica mesmo! A repetição é uma estratégia do autista para conter uma avalanche muito forte que não conseguimos compreender por completo porque nosso organismo e nosso cérebro estão alinhados de outra forma.
  • Por que meu filho assiste os mesmos filmes, as mesmas cenas de filmes ou desenhos mil vezes? Porque autistas se agradam de rotina e familiaridade. Rotinas são reconfortantes. O cérebro do autista funciona e aprende melhor com repetição e previsibilidade. Essa rigidez muitas vezes interfere com as atividades diárias e deve ser trabalhada de forma assertiva, ou seja, com convicção da parte dos pais e terapeutas, mas também com extremo respeito e empatia para com a criança, adolescente ou adulto autista. Alguns pais percebem melhora desses comportamentos ao adicionar algumas vitaminas e minerais que estejam em deficiência no organismo do autista. Um exemplo legal de suplemento é o inositol ( que faz parte do complexo B), ele desempenha inúmeras funções importantes no corpo e na mente! Não subestime o valor de uma boa suplementação pra a saúde mental dos nossos filhos.
  • Por que meu filho brinca alinhando os brinquedos ou girando objetos? Isso é uma mistura de comportamentos de auto-regulação, TOC e auto-estimulação. Tem a ver com as mesmas explicações dadas anteriormente. Terapias como ABA e Floortime, por exemplo, são abordagens eficazes para despertar a mente do autista para a brincadeira funcional. O componente inflamatório do autismo deve ser levado em conta como colaborador para muitas disfunções sensoriais. As correções para a melhoria da qualidade de vida do autista devem ser feitas de dentro pra fora e de fora pra dentro. Uma alimentação livre de alimentos pro-inflamatórios e rica em gorduras boas, proteínas de qualidade e fibras ajuda a regular o organismo como um todo.
  • Por que meu filho é tão hiperativo? Os autistas precisam ser ajudados a regular seu sistema vestibular. Essa desregulação faz parte da disfunção sensorial. Um bom terapeuta ocupacional vai ajudar seu filho a integrar esses sistemas e isso organiza o autista em todos os aspectos. A hiperatividade é uma consequência dessa desordem. Muitos estudos científicos já comprovam que remover corantes, sabores artificiais e glutamato monossódico (realçador de sabor) das refeições é uma medida eficaz contra a hiperatividade.
  • Por que meu filho não tem medo de nada, nem noção do perigo e até foge? Porque autistas tem dificuldade em entender causa e efeito e tem uma percepção espacial prejudicada. Uma situação traumática como um atropelamento pode ser entendida por nós sem a necessidade de passarmos por ela, mas não se concretiza facilmente na mente de um autista. Se perceber no espaço requer também organização sensorial, função do sistema proprioceptivo. Por isso não é fácil eles entenderem que se atravessarem a rua de repente podem ser atropelados por um carro. Tudo o que precisamos ensinar a eles nesse campo dos perigos temos que modelar. Temos que usar dicas visuais interessantes. Cartas com fotos e passo a passo, videos, teatrinho com brinquedos ou pessoas reais, vale tudo para que eles aprendam. Acontece com frequência de algum autista sair de casa ou mesmo da escola sem rumo. Na mente dele aquilo é um passeio normal. Ele não consegue calcular que existem riscos pela rua e que seus pais terão dificuldades em encontra-lo. Toda a segurança é pouco quando se trata de um ambiente onde existem autistas. Nunca desistam de ensinar causa e efeito para eles.
  • Por que meu filho vive fascinado pela água? (chuveiro, piscina, praia) Porque a agua proporciona uma experiência sensorial completa! A água envolve e abraça o corpo de forma leve. Até mesmo os nossos movimentos e os impactos deles são atenuados dentro da água. O barulho da água nos acompanha desde o ventre. Até o seu som acalma os nervos! Crianças autistas devem ser ensinadas a nadar justamente por causa dessa questão de pouca noção do perigo. Além de ser um exercício super saudável, saber nadar pode evitar uma situação de afogamento.
  • Por que meu filho come coisas que não são comestíveis? Isso tem a ver com perceção gustativa alterada. Uma das causas pode ser deficiência de alguns minerais importantes para imunidade e metabolismo. Testar e suplementar de acordo pode ajudar muito com essa questão! A terapia de integração sensorial também trabalha nesse campo. Existem exercícios que podem ser feitos em casa para estimular esses sentidos a se organizarem. Ja fiz outros posts aqui no blog sobre o método Anat Baniel e o método usado pelo Dr Robert Melillo. Esses métodos trabalham áreas do cérebro que precisam amadurecer e realizar conexões importantes para a harmonização dos sentidos.

Espero ter ajudado vocês com alguma dúvida! 👊🏻

 

 

About Evellyn Diniz

2018! Blog em reforma! Em breve novidades! Estou voltando com os textos hoje.

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